sábado, 3 de dezembro de 2011

Prendendo-se a liberdade

    Por Betina Milanesi Prestes
     “A nossa liberdade é o que nos prende”. Ao ler esse trecho de uma música, me faz pensar em um sentido oposto ao que a letra em si representa. Ela me faz despertar um sentimento bem diferente, porém comum para o momento em que me encontro, de euforia por liberdade.
Quando somos jovens, o nosso maior sonho é sair de casa, almejando aquela tão sonhada independência. Entrar na faculdade, sair daquela cidade pequena e entediante, conhecer pessoas novas, e o melhor, não ter mais seus pais por perto para lhe dizer o que pode, e o que não pode ser feito. É realmente o maior sonho na vida de qualquer adolescente de 17, 18 anos. Aos nossos olhos essa nova etapa é surpreendente e encantadora, mas esqueceram de nos dizer como pode ser um tanto quanto complicada.
“Na vida, nem tudo são flores” e aí que a tão esperada liberdade, passa a ser o começo de um grande problema. Estar longe dos chatos, caretas e velhos dos seus pais, nos fazem lembrar o quanto à presença deles é importante em cada dia da sua vida. Sentir-se “preso” e controlado o tempo todo, não é mais um grande problema. Agora que a frase começa a fazer sentido, se sentir livre demais, nos prende a liberdade, e nos faz perceber o quanto aquele colo, abraço, e um simples boa noite eram confortantes. O quanto a espera por essa mudança, faz pouco sentido depois que ela acontece.
Mas as mudanças são inevitáveis. Sair de casa, passar pela fase da liberdade, do desespero, faz parte dessa viagem louca e alucinante que é a vida. É preciso se sentir livre e preso ao mesmo tempo, triste e alegre, para saber realmente o valor e a simplicidade das coisas em quanto ainda as temos por perto. O que poucos sabem é que liberdade, nem sempre é sinônimo de felicidade, e sim, de saudade.

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